sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Montando miniaturas de papel

Já listei onde conseguir miniaturas de papel, agora vou mostrar como monta-las de forma que fiquem tão boas ou melhores do que as de metal/plástico. Estou usando os monstros grátis do One-Monk como exemplo.

Embora eu imprima as miniaturas em papel ofício mesmo (75g/m2), o ideal é imprimir em um papel mais durável como papel fotográfico, de preferência 180g/m2 a 220g/m2. Essa medida é a gramatura do papel, que corresponde mais ou menos a sua espessura e resistência. Eu prefiro impressora laser, mas tem quem diga que nas inkjets as gradações e cores fiquem mais suaves e naturais.

Figuras impressas

O próximo passo é dobrar a folha para alinhar as duas faces da figura. Essa folha tem uma borda preta mais espessa na parte de trás para dar uma margem de tolerância no alinhamento, mas não dá para contar com isso sempre. Confira o alinhamento contra a luz. Vinque bem a dobra para não deslocar o alinhamento depois de conferido.

Marque e dobre na linha vermelha           Usando cola Bastão

A maior parte dos modelistas utiliza cola branca ou bastão, se forem por esta rota, vão ter que esperar a cola secar. Para não ocorrer ondulações, usem bem pouca cola, bem espalhada. Eu tenho um truque para resolver esses problemas: no lugar de cola, uso fita adesiva dupla face. Gruda instantaneamente, não cria ondulações e não precisa esperar secar para cortar. Pressione bem as figuras para não criar bolhas de ar. A película que separa as partes da fita serve para pressionar as figuras sem danificar a impressão.

Usando fita adesiva dupla face           Pressionando para ficar bem colado

Cortando as figuras: embora seja possível cortar as figuras usando tesoura, é muito trabalhoso e não se consegue um nível de detalhamento tão bom. Quando eu comecei, usava um estilete em cima de uma superfície de vidro. Já é bom e preciso o suficiente. Quando entrei de cabeça nesse hobby investi em x-acto knifes e uma superfície de corte. Não é muito caro e rende na produtividade.

Recortando com uma X-acto           Recortado com um estilete

Para cortar as figuras, se começa o corte nas reentrâncias e se vai seguindo o contorno da figura. A melhor explicação que eu já vi é esse gráfico que Floyd postou no Fórum do One-monk, as setas vermelhas denotam a direção de corte inicial e as azuis o trajeto da lâmina:
http://i269.photobucket.com/albums/jj59/Fl0ydski/Fantasy/rocky-1.gif


Depois de recortadas, mais um truque para deixar as minis de papel com um acabamento perfeito: passe uma canetinha preta na borda da figura, para eliminar o branco do papel na borda, o 'flashing', essa técnica é chamada de 'edging'. Claro que se a figura tiver bordas brancas isso é desnecessário, mas figuram com bordas pretas tem uma presença bem melhor na mesa, como se fossem miniaturas mesmo, e não peças de jogo.

"Edging" Pintar a borda de preto

Para fazer as bases das figuras, eu recomendo de novo o site do One-monk, que tem dezenas de texturas diferentes de bases para baixar. E eis aqui o resultado final, já que meu tutorial foi com aranhas gigantes, nada melhor do que um halfling para enfrentá-las:

Figuras terminadas

Veja como as aranhas parecem realmente miniaturas, enquanto a borda branca ao redor do halfling atrapalha um pouco o visual da cena. Ainda assim são miniaturas que os seus jogadores vão gostar muito de usar. Com algumas alterações, dá para modifica-las para ter o equipamento e vestimenta iguais aos PCs, se você tiver um pouco de perícia no uso do GIMP ou assemelhados. De repente desenhar miniaturas de papel rende um próximo post.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Aventuras Fantásticas

Se você é da velha guarda do RPG e começou a jogar no século passado como eu, a chance é grande que tenha conhecido os fundamentos do RPG nos livros-jogo de Aventuras Fantásticas. Esses livrinhos de lombada verde foram uma febre na época e podem ter sido o primeiro sistema de RPG a ser publicado no Brasil.

Naquela época não existia D&D, Vampiro, Lobisomem, nem mesmo GURPS por aqui, mas você já podia pegar uma espada, provisões, uma poção de sorte, e se aventurar em Dungeons cheias de Orcs, Goblins, Feiticeiros e até Dragões! Isso se você estivesse disposto a seguir as instruções do livro como:

323

Depois de alguns metros, você chega a outra junção de três caminhos. Você pode ir na direção norte (volte para 8) ou na direção leste (volte para 255).



E era até possível lutar contra os monstros, usando um sistema de combate com dados!

Esses livrinhos são criação de dois grandes nomes do RPG, Steve Jackson (não o americano, criador de GURPS, mas sim outro Steve Jackson, inglês) e Ian Livingstone. Juntos ele criaram um cenário cativante, onde muitos jogadores brasileiros começaram suas aventuras. A maior parte dos livrinhos se passa no mundo de Titan, dividido nos continentes de Allansia, Khul e o Mundo Antigo.

Depois dos livros jogos eles criaram um RPG completo baseado nesse mundo, com um sistema descrito no livro Dungeoneer e ampliado no livro Blacksand, cenário descrito no livro Titan e bestiário descrito no livro Out of the Pit. Além desses o último da série não foi lançado no Brasil e é bastante procurado por fãs: Allansia traz novas regras e mais um capítulo (o final?) da saga de Sargon, Alto Sacerdote de Elim.

Aventuras Fantásticas

Eu, como muitos RPGistas, comecei chutando as bundas dos goblins de Xortan Throg, no resgate da Princesa Sarissa de Salamonis (na verdade comecei mestrando essa aventura). E depois os personagens passaram a lutar com os vilões de Allansia como o infame Lorde Azzur de Porto Blacksand, Shareela a Feiticeira da Neve, Malbourdus o filho da tempestade, Razaak o que não morre, o Saqueador de Charadas e outros.

E mesmo depois de tanto tempo, o mundo de Titan não foi abandonado, pelo menos lá fora. Uma nova editora está relançando os livros de Fighting Fantasy, o título original da série de livros jogos, saíram adaptações para d20 dos livros jogos, inclusive aqui no Brasil, e os fãs montaram páginas e mais páginas sobre a série, uma wiki, e até grupos de discussão com bastante material original sobre Titan. Até mesmo eu estou fazendo uma adaptação para GURPS.

Saudades das minhas Aventuras Fantásticas...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Aleatoriedades

O mestre Emilson do RPG sem compromisso que mestra GURPS lá para as bandas de Acaraú e o Vinícius do Minas Morgul que é daqui do planalto central me convidaram para o meme Aleatoriedades, ou seja, pra falar seis coisas aleatórias sobre mim. Até achei uma boa maneira dos leitores do blog me conhecerem melhor, então ai estão:

01 - Sou quase um hippie, em casa comemos alimentos orgânicos, separamos todos recicláveis, compostamos o resíduo orgânico e estamos pensando em comprar créditos de carbono para compensar nossa poluição.

02 - Comecei a jogar RPG inventando um jogo baseado nos livrinhos de aventuras fantástica e numa reportagem que saiu numa veja lá por 1990. Era o único material disponível na época.

03 - Depois de um trauma de três assaltos no mesmo ano voltei a treinar artes marciais estudando Krav-Magá.

04 - Sou um usuário de Linux, minha distrô de preferência é o Ubuntu, que funciona exatamente como eu quero. Desde que larguei o Windows, vírus nunca mais!

05 - Apesar de estar blogando de Brasília, sou gaúcho e no nosso grupo se jogava RPG tomando chimarrão. O jogo só ficava um pouco devagar quando a cuia passava pelo mestre, mas daí dava tempo para os jogadores pensarem melhor.

06 - Já levei um tiro num assalto (não me acertou) por pedir para o assaltante para ficar com meu maço de cartas de Magic, que estava no bolso da jaqueta que ele estava levando. Não jogo mais Magic, faz mal para saúde.

Agora vou acabar com a brincadeira e não vou indicar mais ninguém, por que parece que não sobrou ninguém que não tenha respondido o questionário.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

GURPS Holy Day

Esse fim de semana foi o GURPS Holy Day, um dia pra todos jogadores de GURPS se organizarem, jogarem e principalmente divulgarem o sistema. O impressionante é que diferente de outros eventos parecidos, esse foi uma iniciativa de fãs, sem patrocínio, iniciada por Luciano Abel de Porto alegre, que mobilizou os jogadores pra jogar. Como mestre de GURPS fiel, eu não podia deixar de participar.

Nesse ponto quero agradecer muito o Gabriel da Livraria Pendragon, que cedeu o espaço e deu uma força na divulgação. E a participação dos antigões de GURPS daqui como o Eduardo Caetano e o Alexandre do blog RPGista.

Mestrando no GURPS Holy Day

No começo da organização do Holy Day, eu não levei muita fé. Mas agilidade dos organizadores em por um bom site no ar, com material de divulgação para baixar e fórum para organizar me convenceu. Me inscrevi para organizar o núcleo de Brasilia do evento, jurando que iam aparecer no máximo um ou dois outros jogadores no dia. Logo a resposta à divulgação me surpreendeu. A divulgação no Orkut logo atraíu vários jogadores de GURPS das antigas, curiosos para ver esse revival do sistema.

Antigos e novos jogadores de GURPS

Me preparei durante semanas no meu tempo livre, perturbando a rotina aqui de casa com noites absorvido na criação dos personagens pré prontos, adaptando os NPCs de Dungeonner para GURPS, imprimindo os GURPS-Lite de brinde, imprimindo e recortando as miniaturas de papel, etc. No dia sagrado do GURPS, fui para a Pendragon com o material, os livros, os dados, encontrei o Eduardo, que combinou mestrar outra mesa, e esperei os jogadores chegarem.

E esperei.

Logo minhas esperanças foram diminuindo, a chuva pareceu afugentar os participantes e só chegaram os dois mestres e um jogador, quando disse pra entrarmos na loja e pegar a mesa, que estava com uma gurizada jogando pokemon. Foi aí que tirei minha carta da manga e comecei a pôr na mesa as fichas com ilustrações dos PCs, e as miniaturas de papel combinando com as fichas, o tabuleiro, os livros e começando a explicar o cenário e as regras pro único jogador. Logo vi que os jogadores de pokemon ficaram interessados e dei as fichas pra eles escolherem um personagem. Depois de alguns minutos eu tinha angariado mais três jogadores!

Gurizada Jogando GURPS

Os retardatários chegaram antes que eu terminasse de explicar as regras para os novatos e quando começamos, tinha uma mesa cheia, com sete jogadores mais o mestre. Comecei a me preocupar menos com a falta de jogadores e mais com a falta de minis de goblins e orcs para eles massacrarem! Mestrei a aventura "A Torre do Feiticeiro" do antigo Dungeoneer (aguardem um post sobre Aventuras fantásticas em breve) e conseguimos matar o feiticeiro logo depois de eu prometer para a mãe dos jogadores iniciantes que o jogo demoraria só mais meia hora. Dei os brindes para os iniciantes e pude bater um papo com os antigos jogadores de GURPS que apareceram no evento e espero que mais partidas saiam desse contato.

Gurizada jogando GURPS



No final só posso dizer que o evento foi um sucesso. Divulgamos o sistema para vários iniciantes, aproveitamos um excelente relacionamento com a Livraria Pendragon e reunimos vários antigos jogadores de GURPS para trocar contato. Pouca coisa poderia ser melhor.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Miniaturas de Papel

Comecei este blog por que estava postando muita coisa de RPG no meu LiveJournal, e tenho intenção de migrar todos aqueles posts pra cá. Como quero gerar conteúdo novo também, vou alternar entre um post reciclado e um novo até esgotar os posts antigos. Vou reciclar dois de cada vez para terminar logo. Então vamos falar de Papercraft:

Publicado originalmente 01/09/08

Uma coisa que eu gosto é papercraft: especificamente miniaturas de papel.

Comecei muito cedo com o ORIGAMI do Paulo Imamura e Mari Kanegae, que já está gastinho de tanto uso. E durante muito tempo só fiz origamis tradicionais, sem cortes, em papel quadrado.

Eu já conhecia as minis de papel da SJGames, mas não tinha comprado ou me interessado muito.

Então, quando conheci o RPG Furry Ironclaw, encontrei uma página de pequenas miniaturas de papel para usar. Só imprimir e colorir. Achei a idéia ótima, já que já flertava com o uso de miniaturas no RPG há algum tempo, mas pegando as minis de kinder-ovo que mais se parecessem com os personagens que eu queria. Infelizmente, mesmo juntando os recursos do grupo todo isso dava só um punhado de miniaturas.

Mas vasculhando a rede comecei a encontrar todo um mundo de recursos para utilizar miniaturas de papel no RPG. Mesmo a proliferação das miniaturas do D&D ou heroclicks rendia bons frutos, por que as companhias estavam pondo terrenos para montar e usar com suas miniaturas na rede. Comecei a coletar terrenos para fantasia medieval, e coletar deckplans de naves espaciais para usar em campanhas de ficção científica.

Paper MinisMinis do Models & Miniatures in Paper Showcase,
Dragão do One-monk, esqueletos do Shadowolf.



E fui guardando essas coisas, mesmo por que não tenho conseguido jogar RPG. Até encontrar a cena rpgística da capital federal. Consegui mestrar Transhuman Space usando os deckplans de Traveller e as minis de FC do Graywolf. Desde então comecei a pôr em movimento todas as coisas que eu tinha colocado na gavetinha do "para fazer quando eu voltar a jogar". Coloquei as minhas fichas e páginas de RPG no ar, como disse no post anterior e no caminho inverso, comecei a imprimir e montar as coisas de RPG que eu tinha guardado no computador. O resultado está saindo legal:

Tenho umas idéias na cabeça, que como vão custar (pouco) dinheiro, ainda estão arquivadas para o caso de eu montar um grupo fixo de RPG por aqui.

Publicado originalmente 30/10/08

Estou começando a entrar de cabeça no hobby das miniaturas de papel. Desde que escrevi a respeito já fiz muito mais miniaturas (mais de uma centena já) e me equipei mais.

Miniaturas de Papel

Miniaturas de Papel




Estava eu recortando minhas miniaturas com um estilete comum uma noite e a Fer me sugeriu que eu usasse a x-acto knife  dela. Eu sabia que ela tinha e que os outros hobbistas costumavam usar, mas nunca tinha me ocorrido experimentar, que diferença! Muito mais precisa e mais fácil de usar. Peguei emprestada em carácter permanente. E para que as lâminas durassem mais, encomendei uma base de corte  junto com os materiais de desenho da Fer. Não me segurei e já experimentei no horário do almoço. Ela oferece mais resitência do que o vidro que eu estava usando, mas permite mais controle e faz a lâmina durar mais. Agora estou praticamente um profissional!



O Phil Souza do blog dados limpos me perguntou sobre as miniaturas e passei uma listinha de sites pra ele. Mas como é no Twitter, não tem espaço em 140 caracteres para todos os sites que eu gostaria de passar. Como eu já tinha falado dos sites de terrenos no meu post anterior, vou falar agora de onde eu tirei minhas miniaturas de personagens e monstros.

Em primeiro lugar, tenho que mencionar o site de Jean Crusiau , que praticamente começou com o hobby de miniaturas de papel e que disponibiliza centenas de personagens e monstros, não só para imprimir, mas também para modificar. O que nos leva aos grupos do yahoo especializados em miniaturas, começando pelo próprio Brabantini do Jean Crusiau, e os vários grupos especializados em modificar as figuras dele. Deste grupo se formou uma colaboração de desenhistas que começaram a fazer uma competição periódica de figuras de papel: o MMiP showcase, de onde eu tirei o meu dragão. E o Paper Figures group que parece ser o atual local de referência dos desenhistas. Claro que cada um desses grupos tem uma página de links com muito mais links do que eu estou passando aqui. Entrar nisso é uma aventura!

E outros desenhistas também colocaram seu trabalho disponível em páginas próprias, como Shadowolf , Scarecrow , One-monk e o pessoal da Oversoul Games que não só colocou minis e tabuleiros mas jogos inteiros para baixar. Eu já imprimi todo o Dungeon Plungin' e estou começando a recortar e colar todas as peças.

Até me aventurei a desenhar minis, frequentando o fórum do One-monk vi que ele tinha voltado a fazer as coletâneas de desenhistas como na época do MMiP Showcase, e desenhei e enviei uma que eu não conseguia encontrar em lugar nenhum: Um esqueleto de Tiranossauro que eu pretendo usar quando mestrar de novo a aventura introdutória do Dungeoneer, mas isso já é outra história, para outro post.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Preparando uma aventura para um encontro

Com a aproximação do GURPS Holy Day, reuni todas as coisas que aprendi a respeito de mestrar aventuras em encontros para me preparar para esse. Organizando o Holy day de Brasília já me perguntaram várias coisas que eu aprendi do jeito difícil e vou passar pra vocês.

Um encontro não é uma aventura normal que se joga com os amigos num final de semana, em que tu podes perder tempo conversando bobagem, demorar horas criando os personagens e fazer o que der na telha de aventura. Tu vais jogar com pessoas que nunca viu antes, que tem diferentes noções pré-concebidas a respeito de RPG, cenários, interpretação, etc. Pra sobreviver a esses encontros vou dar umas dicas que eu aprendi errando pra ver se eu salvo alguns GMs de cometer os mesmos erros.

Primeiro: Personagens pré prontos. A mais importante dica é trazer os personagens de casa. Ninguém quer passar três horas fazendo um personagem e uma hora jogando. O pessoal que vai no encontro quer se divertir, e fazer personagem não é a parte mais divertida do jogo. (Bom, para alguns é, mas se fosse para fazer personagem, dava pra ficar em casa ao invés de ir ao evento.) Isso também evita que apareçam personagens que estraguem a aventura. Mesmo não intencionalmente, um jogador pode aparecer com um personagem que tenha uma habilidade que resolva a aventura de horas em poucos minutos. Prepare-se pra que isso não aconteça.

Segundo: Conheça bem o que vai mestrar. Não invente de jogar no encontro aquele cenário super legal que o teu grupo de jogadores não quis jogar contigo. No encontro tu vais estar lidando com muitas variáveis desconhecidas pra complicar teu jogo com mais uma. Mestre algum cenário que tu conheças profundamente, de preferência em uma aventura que tu já tenhas mestrado antes. Se tu puderes responder qualquer pergunta sobre o cenário, e vão haver várias, sem abrir nenhum livro é o ideal. Se tu puderes mestrar sem nenhuma parada pra consultar as regras, melhor ainda.

Terceiro: Treine improvisação. Improvisação não é algo que acontece quando tu não se preparou pra uma situação, é uma situação pra qual tu tens que se preparar. Qualquer coisa pode acontecer quando um grupo de estranhos decide qual vai ser o rumo da história que tu estás contando. Se prepare para essas contingências! Imagine de antemão quando e como os aventureiros podem alterar os rumos da aventura, imagine como lidar com os piores casos possíveis. E se eles matarem o NPC essencial pra terminar a aventura? E se eles destruirem pistas vitais ou nunca toparem com elas? Se prepare para colocar a aventura de volta aos eixos sem forçar a barra. Não adianta culpar os PCs por eles não terem tomado a solução que tu imaginou para a aventura.

Quarto: Prepare bem a aventura. Se tu vais mestrar uma aventura publicada, leia bem ela antes de ir para o encontro. Tenha anotações dos stats dos NPCs e monstros. Role alguns encontros contra os PCs que tu aprontou se possível. Principalmente o chefão final, se existe. Pouca gente gosta de terminar o último chefão em uma série de ataques ou de um TPK (Total Party Kill - Matar todo grupo) no final da aventura. Pior ainda é um TPK no começo! Veja os pontos da aventura em que os jogadores podem ter problemas e prepare mais de uma solução pra cada um. (Veja item anterior, treinar improvisação).

Quinto e mais importante: Seja legal! Tu podes ser um mestre que gosta de aventuras cheias de interpretação e NPCs envolventes e pegar um grupo de PCs que veio pro encontro matar, pilhar e destruir. E vice versa! Divirta-se do jeito que os seus jogadores estiverem se divertindo. Lembre-se que não existe maneira errada de jogar. Esteja preparado para ensinar as regras, explicar o cenário, e até mesmo explicar o que é RPG! O melhor meio de fazer nosso hobby crescer é fazer mais jogadores. E isso se faz ensinando gente nova a jogar, e fazendo com que essas pessoas gostem de ter jogado. Prepare para cada PC algo na aventura pra ele fazer e ter os holofotes em cima, para o jogador sentir que fez parte do jogo. Brindes são legais também. Quase todos os sistemas tem coisas legais pra baixar e distribuir em eventos. Seja manuais do sistema, fichas de personagem bonitinhas com ilustrações dos PCs pra levar pra casa ou miniaturas de papel dos PCs.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Quem é o Professor Alabarda?

O Professor Alabarda sou eu, Tiago Hackbarth. Na verdade é só uma brincadeira com meu nome, Tiago é traduzido como Didacus em Latim, assim como é James em inglês e Jacob em hebraico. Didacus significa sábio, professor. Alabarda é a tradução do meu sobrenome do Alemão original. Ou halberd em inglês, vê a semelhança? Originalmente Hacke é machado e Barthaar é barba, ou machado barbado, que é outra arma. Mas também pode ser Halm, haste e Barte, machado, ou seja machado de haste.

Depois dessa lição de linguística, já aviso, Professor Alabarda não é nenhum personagem unidimensional, com voz engraçada e código moral, etc, nos moldes que aparecem nas páginas de cartas de revistas de RPG brasileiras. É só um trocadilho, sou eu, Tiago, que joga RPG e mestra GURPS e tem um monte de outros interesses. Ele não tem uma sala de aula cheia de mestres iniciantes de RPG ansiosos pra aprender truques, nem é um velho musculoso de barba branca e óculos que chega carregando uma arma de haste na sala de aula, embora a imagem seja muito legal.

Aqui vou postar as minhas opiniões a respeito de RPG, minhas dicas de anos mestrando, minhas histórias com meus jogadores, os links que eu encontrar e forem interessantes. Vai ser um lugar para organizar tudo que eu fizer com respeito RPG.

Bem vindos e sentem-se pra aula. Não vai haver chamada, mas quem quiser sair vai ter que se ver comigo!