segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Professor Morreu!

Vida longa ao Professor!

Pouco tempo depois de começar esse blog, mudanças na minha vida pessoal me impediram de atualiza-lo com conteúdo com frequencia suficiente para mante-lo relevante. Simplesmente não tenho tempo de escrever uma coluna semanal sobre RPG.

Mas isso não significa que vou parar de escrever, eu tenho muita coisa pra passar para essa gurizada que está começando no nosso hobby, e um truque ou dois para ensinar para os macacos velhos do ramo. :-)

Então a partir de hoje o Professor vai se mudar para o blog do GURPS Nation onde vou postar sobre meu sistema preferido: GURPS, é claro.

E isso também não significa que os fãs de miniaturas de papel que eu criei por aí vão ficar sem suas aulas. Sempre que eu tiver uma novidade, ou uma nova técnica para passar ainda vou recorrer ao bom e velho blog do Professor Alabarda. Ou seja, não apague o blog dos seus favoritos por enquanto, mas não espere muitas novidades.

Os que gostam do blog, me acompanhem no GURPS Nation onde publicaram meu primeiro post hoje. E aqueles que não querem saber de GURPS mas ainda querem notícias e técnicas de minis de papel, deem uma passadinha no fórum do One monk e nos outros lugares que eu listei anteriormente. E visitem de novo de (muito) vez em quando, que vez por outra alguma coisa que não cabe no GURPS Nation vai parar aqui.

A net é grande, garanto que nos encontraremos por aí!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Paper Models e 2.5D

Continuando as aulas de papercraft, agora com os modelos mais sofisticados de miniaturas de papel, começando pelos mais complexos de todos: os papermodels propriamente ditos.

Papermodel: é o modelo tridimensional, em papel, de uma figura ou objeto.

Nesse caso a semelhança com o objeto representado é total. Em alguns casos pode se tornar melhor que o original, mas é muito trabalhoso de se montar, muito mais do que pintar uma mini de metal, então não é muito indicado para mesas de RPG, a não ser nos casos de chefões finais, ou no caso de grandes objetos ou props importantes, como castelos, construções, naves espaciais, baús de tesouro, modelos em tamanho real de armas, etc. É para o caso de você se dedicar mesmo a fazer miniaturas. Nesse ponto se passa mais tempo preparando minis do que preparando aventuras e jogando.

O que nos leva ao 2.5D.

2.5D: o modelo tridimensional simplificado, feito de partes bidimensionais posicionadas de forma a dar volume à figura.

Paper MinisEsse estilo de miniatura é o que tem melhor relação de tempo investido/aparência. Diferente das paper miniatures, ele fica bom visto de todos os lados, afinal não tem frente e verso definidos. E pode ser posicionado de modo a ter boa presença na mesa.



Para montar um modelo em 2.5D, basta fazer pequenos cortes nas peças e encaixa-las. O resultado é maior do que a soma das partes, visualmente falando. A parte mais difícil fica por conta do autor, que deve imaginar corretamente, enquanto desenha, como fica a estrutura final do modelo.

As vezes pequenas intervenções em 2.5D tornam a figura extremamente mais realista, como por exemplo dobrar as pontas das asas de modelos de naves espaciais, ou ondular os tentáculos de seres marinhos.

Experimente por uma miniatura 2.5D na mesa de jogo, enquanto eu defendo que as minis tradicionais de papel são tão boas quanto as de metal ou plástico, as 2.5D podem até eclipsar essas anteriores, em termos de apresentação visual!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O que são minis de papel?

Com a 4ed de D&D tornando as miniaturas obrigatórias para jogar, as minis de papel tem recebido muito mais atenção. Principalmente aqui no Brasil, onde os jogadores tem muito menos recursos, o dólar se valorizou demais e onde todo mundo é mestre na arte da improvisação!

Já apresentei muitos links e até um tutorial sobre como montar as minis de papel, o que falta falar a respeito? Que tal o que são minis de papel? Até agora não falei nada sobre o que são minis de papel, então vou correr com a matéria que está atrasada!

Minis de papel são qualquer tipo de substituto para uma mini de plástico ou metal, feita de papel, obviamente. Até mesmo um pedaço de papel com o nome do PC ou do monstro pode funcionar. Claro, se tiver uma arte bonita do PC ou do monstro no papel fica muito melhor. Nesse caso estamos falando do primeiro tipo de mini de papel: o Counter.

Counter: uma ficha de papel com uma representação do PC/NPC. Do tamanho que ele ocupa na mesa.

Mas isso não se parace tanto assim com uma mini, não é? É só um desenho afinal de contas. Não deveria pelo menos ficar de pé? É possivel fazer isso, montando a ilustração do PC/NPC com frente e costas de modo que ele fique de pé. Posso fazer isso de pelo menos três modos: Usando uma base, montando um triângulo verticalmente e montando um triângulo horizontalmente. Para os dois primeiros casos, chamamos a miniatura de Stand-up. O últimos caso é diferente por que a miniatura vai precisar de três ilustrações, tendo lado direito, lado esquerdo e costas. Nesse caso chamamos a miniatura de tri-fold. Também podem ser chamadas A-Frame Stand-up e Tri-Fold Stand-up, respectivamente.

Stand-up: Uma ficha de papel montada de forma a permanecer vertical, com uma ilustração do PC/NPC de frente e de costas.

Tri-fold: Uma ficha de papel montada no formato de um prisma triangular para permanecer vertical, com ilustração de três faces do personagem: Direita, esquerda e costas.

Muito melhor! Agora essas miniaturas tem uma presença na mesa. Podem ser facilmente manipuladas e armazenadas também. No entanto ainda estão bem distantes em termos de apresentação das miniaturas de plástico e metal. Não precisa ser assim, com mais trabalho as miniaturas de papel podem ser tão ou mais bonitas que as tradicionais. Fazer uma verdadeira mini de papel parece-se com fazer uma Stand-up, mas requer alguns passos a mais:

A figura deve ter frente e costas, caso não tenha costas, pode-se espelhar a frente ou fazer uma silhueta escura para denotar o outro lado. Depois a figura deve ser alinhada, colada e finalmente ser recortada, conforme meu tutorial. Pode- deixar uma margem branca ao redor da figura, mas cortando rente e fazendo o edging a figura fica perfeita. Essa seria a verdadeira mini de papel.

Miniatura de papel: Uma ilustração recortada e montada de modo a se parecer o mais possível com o PC/NPC.

Elas tem a vantagem de ser facilmente reconhecidas pela sua silhueta e se integrar em cenarios mais elaborados perfeitamente:

Terra Force Marines and Fauna by floydski

Ogres and Bandits and Caveworks by onemonkeybeau

E não para por aí! As minis podem ficar bem mais sofisticadas do que isso. Em um próximo post eu vou falar sobre minis 2.5d e modelos de papel. Aguardem!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Montando miniaturas de papel

Já listei onde conseguir miniaturas de papel, agora vou mostrar como monta-las de forma que fiquem tão boas ou melhores do que as de metal/plástico. Estou usando os monstros grátis do One-Monk como exemplo.

Embora eu imprima as miniaturas em papel ofício mesmo (75g/m2), o ideal é imprimir em um papel mais durável como papel fotográfico, de preferência 180g/m2 a 220g/m2. Essa medida é a gramatura do papel, que corresponde mais ou menos a sua espessura e resistência. Eu prefiro impressora laser, mas tem quem diga que nas inkjets as gradações e cores fiquem mais suaves e naturais.

Figuras impressas

O próximo passo é dobrar a folha para alinhar as duas faces da figura. Essa folha tem uma borda preta mais espessa na parte de trás para dar uma margem de tolerância no alinhamento, mas não dá para contar com isso sempre. Confira o alinhamento contra a luz. Vinque bem a dobra para não deslocar o alinhamento depois de conferido.

Marque e dobre na linha vermelha           Usando cola Bastão

A maior parte dos modelistas utiliza cola branca ou bastão, se forem por esta rota, vão ter que esperar a cola secar. Para não ocorrer ondulações, usem bem pouca cola, bem espalhada. Eu tenho um truque para resolver esses problemas: no lugar de cola, uso fita adesiva dupla face. Gruda instantaneamente, não cria ondulações e não precisa esperar secar para cortar. Pressione bem as figuras para não criar bolhas de ar. A película que separa as partes da fita serve para pressionar as figuras sem danificar a impressão.

Usando fita adesiva dupla face           Pressionando para ficar bem colado

Cortando as figuras: embora seja possível cortar as figuras usando tesoura, é muito trabalhoso e não se consegue um nível de detalhamento tão bom. Quando eu comecei, usava um estilete em cima de uma superfície de vidro. Já é bom e preciso o suficiente. Quando entrei de cabeça nesse hobby investi em x-acto knifes e uma superfície de corte. Não é muito caro e rende na produtividade.

Recortando com uma X-acto           Recortado com um estilete

Para cortar as figuras, se começa o corte nas reentrâncias e se vai seguindo o contorno da figura. A melhor explicação que eu já vi é esse gráfico que Floyd postou no Fórum do One-monk, as setas vermelhas denotam a direção de corte inicial e as azuis o trajeto da lâmina:
http://i269.photobucket.com/albums/jj59/Fl0ydski/Fantasy/rocky-1.gif


Depois de recortadas, mais um truque para deixar as minis de papel com um acabamento perfeito: passe uma canetinha preta na borda da figura, para eliminar o branco do papel na borda, o 'flashing', essa técnica é chamada de 'edging'. Claro que se a figura tiver bordas brancas isso é desnecessário, mas figuram com bordas pretas tem uma presença bem melhor na mesa, como se fossem miniaturas mesmo, e não peças de jogo.

"Edging" Pintar a borda de preto

Para fazer as bases das figuras, eu recomendo de novo o site do One-monk, que tem dezenas de texturas diferentes de bases para baixar. E eis aqui o resultado final, já que meu tutorial foi com aranhas gigantes, nada melhor do que um halfling para enfrentá-las:

Figuras terminadas

Veja como as aranhas parecem realmente miniaturas, enquanto a borda branca ao redor do halfling atrapalha um pouco o visual da cena. Ainda assim são miniaturas que os seus jogadores vão gostar muito de usar. Com algumas alterações, dá para modifica-las para ter o equipamento e vestimenta iguais aos PCs, se você tiver um pouco de perícia no uso do GIMP ou assemelhados. De repente desenhar miniaturas de papel rende um próximo post.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Aventuras Fantásticas

Se você é da velha guarda do RPG e começou a jogar no século passado como eu, a chance é grande que tenha conhecido os fundamentos do RPG nos livros-jogo de Aventuras Fantásticas. Esses livrinhos de lombada verde foram uma febre na época e podem ter sido o primeiro sistema de RPG a ser publicado no Brasil.

Naquela época não existia D&D, Vampiro, Lobisomem, nem mesmo GURPS por aqui, mas você já podia pegar uma espada, provisões, uma poção de sorte, e se aventurar em Dungeons cheias de Orcs, Goblins, Feiticeiros e até Dragões! Isso se você estivesse disposto a seguir as instruções do livro como:

323

Depois de alguns metros, você chega a outra junção de três caminhos. Você pode ir na direção norte (volte para 8) ou na direção leste (volte para 255).



E era até possível lutar contra os monstros, usando um sistema de combate com dados!

Esses livrinhos são criação de dois grandes nomes do RPG, Steve Jackson (não o americano, criador de GURPS, mas sim outro Steve Jackson, inglês) e Ian Livingstone. Juntos ele criaram um cenário cativante, onde muitos jogadores brasileiros começaram suas aventuras. A maior parte dos livrinhos se passa no mundo de Titan, dividido nos continentes de Allansia, Khul e o Mundo Antigo.

Depois dos livros jogos eles criaram um RPG completo baseado nesse mundo, com um sistema descrito no livro Dungeoneer e ampliado no livro Blacksand, cenário descrito no livro Titan e bestiário descrito no livro Out of the Pit. Além desses o último da série não foi lançado no Brasil e é bastante procurado por fãs: Allansia traz novas regras e mais um capítulo (o final?) da saga de Sargon, Alto Sacerdote de Elim.

Aventuras Fantásticas

Eu, como muitos RPGistas, comecei chutando as bundas dos goblins de Xortan Throg, no resgate da Princesa Sarissa de Salamonis (na verdade comecei mestrando essa aventura). E depois os personagens passaram a lutar com os vilões de Allansia como o infame Lorde Azzur de Porto Blacksand, Shareela a Feiticeira da Neve, Malbourdus o filho da tempestade, Razaak o que não morre, o Saqueador de Charadas e outros.

E mesmo depois de tanto tempo, o mundo de Titan não foi abandonado, pelo menos lá fora. Uma nova editora está relançando os livros de Fighting Fantasy, o título original da série de livros jogos, saíram adaptações para d20 dos livros jogos, inclusive aqui no Brasil, e os fãs montaram páginas e mais páginas sobre a série, uma wiki, e até grupos de discussão com bastante material original sobre Titan. Até mesmo eu estou fazendo uma adaptação para GURPS.

Saudades das minhas Aventuras Fantásticas...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Aleatoriedades

O mestre Emilson do RPG sem compromisso que mestra GURPS lá para as bandas de Acaraú e o Vinícius do Minas Morgul que é daqui do planalto central me convidaram para o meme Aleatoriedades, ou seja, pra falar seis coisas aleatórias sobre mim. Até achei uma boa maneira dos leitores do blog me conhecerem melhor, então ai estão:

01 - Sou quase um hippie, em casa comemos alimentos orgânicos, separamos todos recicláveis, compostamos o resíduo orgânico e estamos pensando em comprar créditos de carbono para compensar nossa poluição.

02 - Comecei a jogar RPG inventando um jogo baseado nos livrinhos de aventuras fantástica e numa reportagem que saiu numa veja lá por 1990. Era o único material disponível na época.

03 - Depois de um trauma de três assaltos no mesmo ano voltei a treinar artes marciais estudando Krav-Magá.

04 - Sou um usuário de Linux, minha distrô de preferência é o Ubuntu, que funciona exatamente como eu quero. Desde que larguei o Windows, vírus nunca mais!

05 - Apesar de estar blogando de Brasília, sou gaúcho e no nosso grupo se jogava RPG tomando chimarrão. O jogo só ficava um pouco devagar quando a cuia passava pelo mestre, mas daí dava tempo para os jogadores pensarem melhor.

06 - Já levei um tiro num assalto (não me acertou) por pedir para o assaltante para ficar com meu maço de cartas de Magic, que estava no bolso da jaqueta que ele estava levando. Não jogo mais Magic, faz mal para saúde.

Agora vou acabar com a brincadeira e não vou indicar mais ninguém, por que parece que não sobrou ninguém que não tenha respondido o questionário.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

GURPS Holy Day

Esse fim de semana foi o GURPS Holy Day, um dia pra todos jogadores de GURPS se organizarem, jogarem e principalmente divulgarem o sistema. O impressionante é que diferente de outros eventos parecidos, esse foi uma iniciativa de fãs, sem patrocínio, iniciada por Luciano Abel de Porto alegre, que mobilizou os jogadores pra jogar. Como mestre de GURPS fiel, eu não podia deixar de participar.

Nesse ponto quero agradecer muito o Gabriel da Livraria Pendragon, que cedeu o espaço e deu uma força na divulgação. E a participação dos antigões de GURPS daqui como o Eduardo Caetano e o Alexandre do blog RPGista.

Mestrando no GURPS Holy Day

No começo da organização do Holy Day, eu não levei muita fé. Mas agilidade dos organizadores em por um bom site no ar, com material de divulgação para baixar e fórum para organizar me convenceu. Me inscrevi para organizar o núcleo de Brasilia do evento, jurando que iam aparecer no máximo um ou dois outros jogadores no dia. Logo a resposta à divulgação me surpreendeu. A divulgação no Orkut logo atraíu vários jogadores de GURPS das antigas, curiosos para ver esse revival do sistema.

Antigos e novos jogadores de GURPS

Me preparei durante semanas no meu tempo livre, perturbando a rotina aqui de casa com noites absorvido na criação dos personagens pré prontos, adaptando os NPCs de Dungeonner para GURPS, imprimindo os GURPS-Lite de brinde, imprimindo e recortando as miniaturas de papel, etc. No dia sagrado do GURPS, fui para a Pendragon com o material, os livros, os dados, encontrei o Eduardo, que combinou mestrar outra mesa, e esperei os jogadores chegarem.

E esperei.

Logo minhas esperanças foram diminuindo, a chuva pareceu afugentar os participantes e só chegaram os dois mestres e um jogador, quando disse pra entrarmos na loja e pegar a mesa, que estava com uma gurizada jogando pokemon. Foi aí que tirei minha carta da manga e comecei a pôr na mesa as fichas com ilustrações dos PCs, e as miniaturas de papel combinando com as fichas, o tabuleiro, os livros e começando a explicar o cenário e as regras pro único jogador. Logo vi que os jogadores de pokemon ficaram interessados e dei as fichas pra eles escolherem um personagem. Depois de alguns minutos eu tinha angariado mais três jogadores!

Gurizada Jogando GURPS

Os retardatários chegaram antes que eu terminasse de explicar as regras para os novatos e quando começamos, tinha uma mesa cheia, com sete jogadores mais o mestre. Comecei a me preocupar menos com a falta de jogadores e mais com a falta de minis de goblins e orcs para eles massacrarem! Mestrei a aventura "A Torre do Feiticeiro" do antigo Dungeoneer (aguardem um post sobre Aventuras fantásticas em breve) e conseguimos matar o feiticeiro logo depois de eu prometer para a mãe dos jogadores iniciantes que o jogo demoraria só mais meia hora. Dei os brindes para os iniciantes e pude bater um papo com os antigos jogadores de GURPS que apareceram no evento e espero que mais partidas saiam desse contato.

Gurizada jogando GURPS



No final só posso dizer que o evento foi um sucesso. Divulgamos o sistema para vários iniciantes, aproveitamos um excelente relacionamento com a Livraria Pendragon e reunimos vários antigos jogadores de GURPS para trocar contato. Pouca coisa poderia ser melhor.